por Fabiano Turbai
...
Promessa é dívida: após longos, árduos e penosos pensamentos, reflexões, conjecturas e elucubrações, chegamos enfim a uma conclusão (rs). A fumaça indica que... habemus lista! Seguem abaixo as minhas escolhas pessoais. A segunda parte, contendo os escolhidos do Galliez, será publicada brevemente. Aguardem!
1.“TAROT SPORT”- FUCK BUTTONS. Em
“Tarot Sport”, a dupla de Bristol, sob a inspiração de influências que vão de
krautrock-Kraftwerk a
shoegaze, passando pela eletrônica mais atormentada, ergueu um painel sonoro onírico cravejado de ruídos e truques eletrônicos brilhantemente lapidados e capazes de magnetizar o ouvinte em suas sete faixas, prova de que sonoridades ditas experimentais podem, sim, ser acessíveis e instigantes.
“Olympians” é a
“Kometenmelodie 2” dos anos 00.
2. “TWO DANCERS”- WILD BEASTS. Um álbum de unidade ímpar, calcado no estranhamento do canto singular, teatral e elegante do mestre de cerimônias Hayden Thorpe, cujo falsete tem muito de Russel Mael do
Sparks. Um verdadeiro microcosmo talhado por estetas, ao mesmo tempo asséptico e lúbrico, representado por canções cristalinas e refinadas.
“Hooting and Howling” e
“All the King’s Men” são pequenas obras-primas.
3. “EMBRYONIC”- FLAMING LIPS. “Embryonic” é um tijolaço musical de 18 faixas recheado de destemor, insanidade, nonsense e códigos muito próprios de uma psicodelia das mais autorais. Basta dizer que é o definitivo “Livro Sagrado" dos
Lips.
4. "VECKATIMEST"- GRIZZLY BEAR. O que mais impressiona em
"Veckatimest" é o talento precoce demonstrado pela banda para transitar com muita desenvoltura por estandartes sessentistas como psicodelia,
sunshine pop e
baroque pop - além de jazz e folk- para criar composições cheias de nuances, desdobramentos e estruturas nada óbvias e, portanto, grau de excelência assombroso.
5. “MERRIWEATHER POST PAVILION”- ANIMAL COLLECTIVE. O som da lisergia do final da primeira década de um novo século. Uma psicodelia bastante percussiva, eletrônica, quase tribal, fundada em mantras hipnóticos, que de tão ensolarada chega a ofuscar. A proposta musical já anunciada por
Panda Bear (
aka Noah Lennox) no fantástico
“Person Pitch”, lançado em 2007, ganha uma versão mais palatável e conquista o mundo.
6. “PRIMARY COLOURS”- THE HORRORS. Quem tem medo do
Horrors? O visual da banda, um tanto quanto
dark-poser, chega a dar arrepios de pavor. Nada que sobreviva ao impacto infinitamente maior de ouvir
“Primary Colours”, o segundo álbum da banda britânica, na verdade um apanhado de boas emanações vindas da escuridão, como
“Three Decades” e
“Who Can Say”, em que a desorientação sonora
shoegazer harmoniza perfeitamente com o gótico e com as viagens chapadas do
krautrock (
“Sea Within a Sea”), tudo isso costurado com um senso pop de respeito.
7. “WILCO (THE ALBUM)”- WILCO. Sob a regência das composições e vocais invariavelmente inspirados de Jeff Tweedy e da guitarra do excelente Nels Cline, o disco batizado com o nome da banda de Chicago não por acaso sintetiza todas as suas facetas, contendo tudo o que o
Wilco tem de melhor: as boas e velhas matadoras melodias e, ainda que de forma mais discreta, as mais recentes experiências dissonantes. O bloco composto pelas cinco primeiras canções é arrepiante.
8. “IT’S BLITZ”- YEAH YEAH YEAHS. Surpreendente é o adjetivo que melhor se aplica a
“It´s Blitz”. Numa... surpreendente(!) mudança(correção?) de rumos, Karen O. e seus comparsas cometeram um álbum que, não contente em apresentar programações eletrônicas, sintetizadores, climas oitentistas e um punhado de levadas contagiantes perfeitas para a pista, como comprovam a já clássica
“Zero” e
“Heads Will Roll”, ainda traz baladas irrepreensíveis interpretadas soberbamente pela icônica vocalista.
9. “ALBUM”- GIRLS. Som básico, esfarrapado e irreverente, pontuado por bem-vindas doses adicionais de transgressões sônicas e momentos de calmaria
cool. Guiado pela herança deixada pelas tribos paleolíticas fundadoras do
rock’n’roll, o
Girls, em seu disco de estreia, reinterpreta o gênero de forma muito particular, o que significa nunca resvalar na reprodução pura e simples dos clichês que o assolam.
10. THE PAINS OF BEING PURE AT HEART. Uma cativante coleção de canções aceleradas, solares e cheias de ganchos pop notáveis, marca a estreia do
Pains of Being Pure at Heart em álbum homônimo. O
noise pop fincado na já tão propalada (boa) influência de
My Bloody Valentine, também paga tributo a outras bandas como
Teenage Funclub, e é certeza de divertimento e libertação. Não bastasse o encanto de músicas como “
Young Adult Friction”, no decorrer de 2009 a banda ainda lançaria o EP
“Higher Than Stars”, que deixou a impressão de que mais material de qualidade virá por aí.
excelente lista \o/ ;D
ResponderExcluir\o/\o/\o/
ResponderExcluirObrigado, e mais um \o/
ResponderExcluir