06 novembro 2009

A Sunny Day in Glasgow- "Ashes Grammar"

   

Nunca fui grande apreciador de A Sunny Day in Glasgow. Porém, "Ashes Grammar", álbum lançado em setembro pela banda fildadelfiana, acabou me conquistando e é com orgulho que revejo meu conceito sobre ela. A princípio, o número de faixas (vinte e duas!) pode assustar (assustou-me!). Seria prenúncio de mais um calvário sonoro imposto por um artista perdido em suas pretensões? A audição acaba revelando-se, contudo, prazerosa, já que desta vez a banda soube dosar passagens de pequena duração extremamente climáticas, que servem como ganchos ou elos coesivos, com canções bem estruturadas, aproximadas do chamado formato pop e embebidas num caldo com tempero eletrônico que combina satisfatoriamente o borrão sonoro de My Bloody Valentine, o refinamento melódico de Stereolab e os vocais intangíveis de Cocteau Twins, firmando parentesco com outros contemporâneos como Maps, Pia Fraus, School of Seven Bells e Radio Dept.

O disco é iniciado com um clima entre o religioso e o etéreo. Nas três primeiras faixas deparamos com ambientes sonoros calcados em vocalizações que mais parecem cânticos flutuantes na cúpula de uma catedral (?!). Terreno preparado para "Failure", ao mesmo tempo rítmica e plácida, assim como para o dream pop sem arestas de "Close Chorus" e de "Shy". O disco vai fluindo nesse ritmo, numa maré inebriante, alternando esboços sonoros viajantes, alguns próximos a mantras, breves momentos fantasmagóricos e músicas com belo acabamento, como é o caso de "The White Witch" e "Passionate Introverts", até o arrebatamento final de "Headphone Space".

2 comentários:

  1. Ainda não sei se gosto. Os dois discos, em algum momento, cansam.

    ResponderExcluir
  2. Eu ainda não dei a devida atenção a esse álbum, hei de conferi-lo em breve!

    ResponderExcluir