29 abril 2009

30 de maio

   




















Calma, a quase uma semana de ausência de novas postagens em nosso blog tem sua explicação. Quer saber? Já começaram os preparativos para a 3ª edição da Daydreaming, prevista para sábado, dia 30 DE MAIO, na pista 2 da Casa da Matriz!

Para aliviar a espera, temos algumas surpresas reservadas na manga, a serem reveladas ao longo do mês! Contamos com o seu retorno a este sítio espacial na grande rede. Estamos certos de que valerá a pena ; )

Voltamos agora com nossa programação normal!

23 abril 2009

Shoegaze Week

   










Nesta semana o site Drowned in Sound está dedicando diversos artigos ao "movimento" shoegaze. Entrevistas com membros/ex-membros do Slowdive, My Bloody Valentine e Ride estão entre os destaques, além de análises sobre as origens e os provavéis caminhos da sonoridade em questão.

Confira através do link abaixo and have a good read:
http://www.drownedinsound.com/lists/shoegaze

Outro destaque fica por conta da participação de Scott Causer, responsável pelo ótimo selo especializado em psicodelia/shoegaze chamado Northern Star Records. Inclusive ele disponibilizou para download gratuito em seu site um pequena compilação contendo alguns dos artistas de seu selo, que você pode (e deve) conferir (e baixar) aqui:
http://www.northernstarrecords.co.uk/productDetails.cfm?ProductID=456

Vale lembrar também que a Northern Star é responsável por uma conceituada série de coletâneas de psicodelia, que já está em seu terceiro volume. No site é possível comprar os três exemplares da série, PSYCHEDELICAs VOL.1, 2 e 3, por 20 libras. Não chega a ser caro, ainda mais por serem CDs duplos. A Daydreaming recomenda.

20 abril 2009

The Time & Space Machine

   













Projeto pessoal de Richard Norris, também integrante do Beyond the Wizard´s Sleeve (em parceria com o superstar deejay Erol Alkan) e The Grid (com Dave Ball), o Time & Space Machine consiste em cativantes canções criadas a partir de recortes devidamente editados de sons originários da era psicodélica.

Existem até então somente dois mini-álbuns do projeto, "The Time & Space Machine Volume One" e o recém-lançado "Volume Two". Curiosamente, foram editados apenas em vinil, numa tiragem limitadíssima de 500 cópias(!). Contudo, uma visita à sua página do MySpace ( http://www.myspace.com/thetimeandspacemachine ) permite a apreciação de faixas do "Volume 1" como "Zeitghost" e "Lesson One", vibrantes e repletas de groove, e "You´re The One" e "Amorous Ways", mais lentas e viajantes.

Já no "Volume 2" destacam-se a inserção nada cliché de "California Dreamin´", canção mitológica do Mamas And The Papas, em "Only Dreaming", e a irresistivelmente dançante "Psychedelic Circus", que provavelmente não deve deixar ninguém parado na pista (vamos testar! rs).

Richard informou à Daydreaming que o Time & Space Machine em breve se tornará uma banda completa, lançará singles e álbuns com composições próprias (privilegiando o lado mais groovy), e que também fará shows, com direito a produção audiovisual psicodélica! Eu, pelo menos, já fiquei curioso...

Enquanto isso, canções do projeto certamente poderão ser ouvidas em futuras edições da Daydreaming! Compareçam : )

...

Aliás, se você visitou o MySpace do Beyond The Wizard´s Sleeve, pôde verificar que também estão com lançamento na praça, o "Re-Animations Vol. 1", coletânea de remixes feitos pela dupla. Entre os "re-animados", estão artistas consagrados como Franz Ferdinand, Chemical Brothers, Peter Bjorn and John, Simian Mobile Disco e Goldfrapp! Esperando o quê pra conferir ?

18 abril 2009

Morning Light

   

Essa música tem tocado em repeat no meu Ipod.
Linhagem Jesus and Mary Chain e Raveonettes.
O álbum se chama "Devotion Implosion".
Vídeo saído do forno:

16 abril 2009

Daydream e Suas Nuances

   

Em 1970, o germânico Gunter Kallmann Choir, gravava "Daydream", uma canção grandiloquente, que apesar de apresentar uma proposta melódica inicial atraente, inclusive com linhas de baixo ainda hoje modernas, acabava descambando com seu arranjo equivocado, à la Ray Conniff, para o campo do pegajoso, compreendendo-se neste termo uma evocação despropositada ao "Lago dos Cisnes", de Tchaikovsky, e "ná-ná-nás" edulcorados. Tratava-se, na verdade, da regravação de uma música lançada em 1968, de autoria do grupo belga Wallace Collection, e fato é que a versão acabou ganhando posição de destaque em algumas paradas de sucessos de países europeus.

Corte radical para 2001. Os escoceses da ótima The Beta Band lançam "Hot Shots II". Quase que simultaneamente, o I Monster, de Sheffield, coloca no mercado o álbum "Neveroddoreven". Em comum, o acaso de ambas as obras conterem samples daquela velha "Daydream", de trinta anos atrás, em uma de suas faixas. Enquanto a Beta Band atacava com "Squares", o I Monster "respondia" com "Daydream in Blue", versão esta que contém igualmente elementos de "Glory Box", do Portishead, a qual, por seu turno, está calcada em "Ike´s Rapper II", de Isaac Hayes, situações estas que comprovam as similitudes melódicas e harmônicas entre tais músicas inspiradoras. Comercialmente, contudo, o I Monster obteve mais êxito, já que sua versão galgou as charts do Reino Unido, causando um recuo estratégico na Beta Band, que acabou mudando os seus planos ao lançar um outro single em substituição ao originalmente pensado (justamente a mencionada "Squares").

Sob o ponto de vista artístico, quem saiu ganhando foi a canção original, que bem burilada pelas duas bandas e despida dos excessos "kitsch", foi reaproveitada em sua espinha dorsal, ou seja, no que tinha de melhor, aí incluído seu ar aéreo/etéreo, e lançada com uma roupagem trip-hop.

A escolha da melhor versão fica ao gosto do freguês, valendo lembrar que a história de "Daydream" é ainda mais longa e não termina por aqui, já que outros artistas, tais como o rapper Lupe Fiasco (acompanhado de Jill Scott), também foram presas de seu encanto.
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A primeira versão
Daydream, I fell asleep amid the flowers/ For a couple of hours on a beautiful day



I Monster. Destaque para os vocais reprocessados.


The Beta Band. Uma proposta mais purista, mas não menos viajante.

Três

   

Três vídeos. Três novidades. Três comentários.

Moby - "Shot In The Back of The Head"
Canção de seu próximo álbum, "Wait For Me", previsto para 30 de junho.
Moby entregou a música ao David Lynch e disse: "Faça o que quiser".
E Lynch resolveu brincar de animação tosca (será algum hobby?):


Röyksopp - "Happy Up Here"
Vídeo espetacular. A música lembra muito o Air (mais precisamente no "Talkie Walkie"), principalmente quando entram os vocais. Após assistir, peço que responda:
Jogar Space Invaders deixava você feliz ?


Bat For Lashes - "Daniel"
Primeiro single do recém-lançado álbum "Two Suns". A música é "bonitinha", o vídeo é "meio estranho". Mas vou postar porque gostei bastante do álbum, epontofinal!
Gostaria de entender a "direção de arte" do clipe. Alguém?

12 abril 2009

Oscillations

   



Em seu excelente álbum “Third”, lançado em 2008, o Portishead adota uma sonoridade mais crua, calcada em climas tensos, soturnos, pontuados por intervenções eletrônicas cirúrgicas flagrantemente industriais e que remetem a cenários urbanos devastados.

A chave para o entendimento dessa proposta deve ser buscada nos emblemáticos 1968 e 1969, anos de lançamento pelo pioneiro duo nova-iorquino Silver Apples de seu primeiro álbum homônimo e de outro denominado “Contact”, respectivamente. Tais obras estão dotadas do raro atributo da imunidade à corrosão pelo tempo, o que significa serem ainda hoje muito atuais e contemporâneas e, por isso, terem a capacidade de surpreender positivamente o ouvinte. Ao mesmo tempo em que trazem um quê de psicodelia, representam uma ruptura com os cânones da música psicodélica tradicional largamente praticada naqueles tempos, devido à inserção absolutamente original de elementos eletrônicos que iriam influenciar toda uma linhagem musical posterior, passando por Suicide e chegando ao já mencionado Portishead.

Enfim, "seminal" e “influente” são duas palavras-chaves para qualificar com precisão o que representa a banda, apesar de certa aura obscura e extravagante, bastando, nesse sentido, lembrar que o principal instrumento da banda, quase que um membro autônomo e sua principal estrela, em suma, a sua “assinatura”, tem o mesmo nome de seu músico operador: Simeon. Uma criatura que é a extensão do corpo de seu criador, tratando-se, grosso modo, de uma máquina composta de nove osciladores propriamente ditos e de oitenta e seis controles manuais, sendo que os “lead" e "rhythm oscillators” são operados com as mãos, cotovelos e joelhos e os “bass oscillators” são tocados como os pés. As levadas de bateria, a cargo da outra metade (ou terço, conforme o ponto de vista), Danny Taylor, revelam-se igualmente inovadoras e atraentes, não ficando atrás no quesito “anos-luz à frente de seu tempo”.

Alguns dos momentos que mais me divertiram na Daydreaming aconteceram lá pelas quatro da manhã, quando emendei “We Carry On” com “A Pox on You” (esta seguida de “Ghost Rider” na edição mais recente). Foi ótimo presenciar algumas manifestações de contentamento explícito com as oscilações, assim como a boa receptividade do público em geral, que manteve a animação da pista.
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Oscillations...Oscillations...Oscillations

Simeon e Simeon, the oscillator, em apresentação realizada em 2008 no Canadá. Destaque para o sensacional solo de oscilador:



Paternidade reconhecida. O DNA é o mesmo.
O mestre homenageando os discípulos:

10 abril 2009

Vagas lembranças

   














I walked outside

I could not cry

I don´t know
I don´t know why


Estes quatro versos formam a totalidade da letra da canção "Recent Bedroom", a segunda do álbum "Let the Blind Lead Those Who Can See But Cannot Feel" (ufa!) do Atlas Sound, projeto solo do vocalista da banda americana Deerhunter, Bradford Cox, lançado em fevereiro de 2008.

Somente quatro versos. E esta característica se revela uma constante durante os 50 minutos e 14 segundos de duração do disco. Acompanhadas por ruídos, ecos, loops, influências de My Bloody Valentine e música ambient, as canções revelam fragmentos da memória do autor, que parece ter transformado o trabalho numa espécie de terapia da regressão em formato musical(!).

Os versos destacados no topo do post remetem ao falecimento em casa de sua tia. Toda a família estava presente e houve uma natural comoção conjunta, que, curiosamente, parece não tê-lo afetado. Daí o próprio questionamento da letra: eu andei até lá fora/eu não conseguia chorar/eu não sei/eu não sei porque.

Isolamento hospitalar ("Quarantined"), dificuldade em fazer amigos ("On Guard") e abuso sexual ("Bite Marks") são alguns dos outros temas incômodos "relembrados" por Bradford. "Eu queria que este disco fosse daqueles repletos de fantasmas", revela o próprio em uma entrevista ao Pitchfork.

Mas "Let The Blind..." não assusta. Pelo contrário, parece ter um efeito terapêutico, reconfortante para quem o ouve. Impossível não se encantar com o som das palavras misturando-se com o "fundo" em "Winter Vacation", por exemplo. Por mais obscuros que sejam os assuntos abordados, o acabamento musical dado às canções trata de revertê-los, ao ponto de se tornarem até...quem diria...belos.

06 abril 2009

Às 25 horas

   












Sob o pseudônimo de The Dukes of Stratosphear, membros da banda inglesa XTC lançaram o EP "25 O´Clock", uma suposta homenagem ao rock psicodélico dos anos 60, justamente no dia 1º de Abril (o popular "Dia da Mentira") de 1985. E na época, muitos acreditaram que se tratavam de preciosas gravações redescobertas, provavelmente encontradas em um obscuro arquivo empoeirado de algum selo ou gravadora. Pudera, o processo de gravação das canções utilizou-se somente de 4 canais, overdubs, e outros métodos para reproduzir fielmente a sonoridade de bandas como Pink Floyd (era Syd Barret) e Cream. Inclusive, a capa de "25 O´Clock" (acima, à esquerda), desenhada pelo próprio Andy Partridge do XTC, remete à de álbuns como "Disraeli Gears". Porém, as similaridades não se restringem ao quesito aparência. Composições como "Bike Ride to the Moon", "25 O´Clock" e "My Love Explodes" não deixam nada a desejar perante canções da época de ouro da psicodelia.

Outo fato curioso foram os nomes adotados para assinar o trabalho:

Sir John Johns
- singing, guitar, brain buds
The Red Curtain
- electric bass, song stuff
Lord Cornelius Plum
- mellotron, piano, organ, fuzz-tone guitar
E.I.E.I. Owen
- drum set

(Traduzindo: Sir John Johns = Andy Partridge, The Red Curtain = Colin Moulding,
Lord Cornelius Plum
= Dave Gregory e E.I.E.I. Owen = Ian Gregory, irmão de Dave,
o único que não era membro do XTC)

Em 1987 lançaram finalmente o primeiro álbum (logo após "Skylarking", um dos álbuns mais aclamados do XTC, que inclusive fazia menções ao Dukes of Stratosphear nos créditos), chamado "Psonic Psunspot", mantendo as mesmas características e o mesmo nível de qualidade de "25 O´Clock". Primeiro e último, aliás. Após "Psonic Psunspot", surgiu somente uma compilação que reunia ambos os trabalhos, cujo título é "Chips From the Chocolate Fireball".

Eis que agora em 2009, "25 O´Clock" e "Psonic Psunspot" estão sendo relançados em CD, em edições luxuosas e repletas de faixas bônus. Segundo o próprio Partridge, "Os Dukes foram a banda da qual sempre quisemos fazer parte quando estávamos no colégio". E é justamente esse clima de despretensão que faz do trabalho dos Dukes of Stratosphear tão especial. Muitos dizem que se iguala, e em alguns casos até supera os discos da "banda original", o XTC. Eu concordo.

O Pitchfork já fez uma resenha destes relançamentos e certamente vale uma conferida. Segue abaixo um vídeo promocional de "You're a Good Man Albert Brown", faixa do álbum "Psonic Psunspot":

03 abril 2009

The End is the Beginning is the End

   

















Através de uma nota em seu website, o Stereolab anunciou uma "pausa" (fim, não é?) em seus trabalhos após 19 anos de serviço musical. Porém, a banda anunciou que ainda haverá o lançamento de "Chemical Chords 2", uma espécie de álbum gêmeo de seu último trabalho, já que haviam gravado e selecionado 31 faixas em sua última incursão em estúdio. Remasterizações do catálogo e uma nova compilação "Switched On" também estão previstas.

A Daydreaming é uma grande fã da banda e lamenta muito a notícia. Mas, como tudo acaba um dia, que da ocasião surjam outros projetos de seus integrantes!

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Enquanto uns terminam, outros estão apenas começando. O School of Seven Bells, formado por Ben Curtis, ex-guitarrista do Secret Machines, e pelas gêmeas Alejandra e Claudia Deheza do On!Air!Library!, lançou seu elogiado (e recomendado por nós também!) álbum de estréia em 2008, chamado "Alpinisms". Recentemente, gravaram uma espécie de "acústico" para o site Stereogum. Não que eu seja um grande fã de formatos acústicos, ainda mais de uma banda cuja sonoridade é tão trabalhada em estúdio. Mas é inegável que os vocais das gêmeas têm um potencial hipnótico quando ouvidos tão "puros" assim. Confiram por si próprios: inicialmente o vídeo da belíssima "Half Asleep" em seu formato original, e na sequência, "Iamundernodisguise" em versão acústica: